Para ministra Maria Cláudia Bucchianeri, houve manipulação de declarações de Lula para gerar impressão de que ex-presidente é “cúmplice” da marginalidade no país.
A ministra Maria Cláudia Bucchianeri, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que a campanha de Jair Bolsonaro (PL) retire do ar propaganda que acusa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de querer a impunidade dos bandidos no país.
A propaganda pede para o eleitor ter “cuidado com o voto” e afirma que “quem apoia bandido é cúmplice”. A peça publicitária relembra a prisão de Lula e dos petistas José Genoíno, José Dirceu e Antônio Palocci. E, num segundo bloco, também destaca declaração de Lula sobre assaltantes de celular.
A Justiça Eleitoral constatou, no entanto, que houve montagem de declarações de Lula ao emendar frase em que o ex-presidente fala que quem rouba celular “depois vai para o bar tomar uma cerveja juntos”. A defesa alegou que este trecho foi descontextualizado porque Lula falava de torcidas de futebol rivais que vão ao bar juntas. Por este motivo, a justiça determinou a retirada da propaganda do ar.
Por outro lado, na mesma decisão, a ministra não viu ilegalidade da propaganda em citar a prisão de Lula e de outros políticos por se tratar de fato público. Neste ponto, a ministra considerou que são “críticas políticas, também inseridas no debate político, e que devem ser neutralizadas e respondidas dentro do próprio ambiente político”.
A propaganda foi veiculada na quarta e quinta-feira pela campanha de Jair Bolsonaro, pelo menos trinta e seis vezes em emissoras de rádio, além de inserções na TV.