Unicamp vai testar eficácia da transfusão de plasma no tratamento da Covid-19

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Ideia é usar anticorpos de pessoas que já se recuperaram para combater a doença em pacientes moderados. Hemocentro está fazendo o cadastro de doadores.

A Unicamp vai testar a eficácia da transfusão de plasma sanguíneo no tratamento de pacientes com a Covid-19. A técnica que usa anticorpos de quem já venceu a doença para reforçar o organismo de quem está “sob ataque do vírus” já foi utilizada em outros surtos e com resultados positivos. O protocolo será aplicado no Hospital de Clínicas (HC), em Campinas (SP).

“É uma ideia que já foi testada em outros surtos, como Ebola e H1N1, com resultados interessantes, e agora pro Covid o que a gente espera é que esse produto consiga diminuir o tempo que a pessoa levaria para se recuperar e, principalmente, evitar os desfechos negativos, que seria evolução para internação em leito intensivo ou mesmo a necessidade de respiradores para ventilação”, destaca um dos coordenadores da pesquisa, o médico Bruno Dentreggia Benites.

A transfusão de plasma será oferecida como tratamento para pacientes com quadros moderados da Covid-19 a partir da próxima semana, e dentro de um protocolo de pesquisa. Ou seja, os pacientes que se enquadram no perfil, são convidados a participar, são informados dos procedimentos e precisam aceitar.

Para que o tratamento possa chegar a mais pacientes, a Unicamp está fazendo o cadastro de possíveis doadores. Os requisitos seguem os mesmos de uma doação de sangue normal, sendo que há o critério de que o interessado deve fazer a doação um mês após a recuperação.

Como o tipo sanguíneo também precisa ser compatível para o procedimento, os pesquisadores pedem que mais pessoas possam fazer as doações. A médica Carolina Lima Salmoiraghi, uma das coordenadoras da pesquisa, ressalta que a máquina responsável pela coleta só retira do sangue aquilo que os médicos precisam.

“Essa máquina coleta o que a gente quer que ela colete. A gente programa para coletar plaqueta, ou plasma, ou células-tronco, ela vai captar o sangue do doador, vai separar o que a gente quer, e o que não for usar, vai retornar para o doador”, diz.

Todo o material coletado passa por testes de laboratório para saber se a contagem de anticorpos é suficiente.

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