Usadas para combater escorpiões, galinhas d’Angola desaparecem do mercado no interior de SP

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Já foram registradas mais de 90 mil picadas de escorpião no país este ano.

Com as recentes infestações, o método natural para acabar com os escorpiões usando galinhas d’Angola tem se espalhado no interior de São Paulo. A procura aumentou tanto que os animais estão em falta no mercado.

A criadora Heloísa Alves não tem mais nenhuma galinha d’Angola para vender. Até os pintinhos que ainda nem nasceram já foram vendidos e logo vão ciscar em um terreno que está infestado de escorpiões.

“Estou colocando os ovos para chocar nas nossas galinhas e vendendo o pintinho, eu estou vendendo o filhotinho da Angolinha. Estou vendendo bastante, graças a Deus”, conta.

A galinha d’Angola é nativa da África e o escorpião é um dos alimentos preferidos dela. Em Sorocaba (SP), elas já estão caçando os aracnídeos em pelo menos cinco condomínios. Em um dos residenciais, elas até se reproduziram.

Galinhas d’Angola reforçam força-tarefa contra escorpiões em Sorocaba — Foto: Reprodução/TV TEM

As 15 galinhas que ficam em um condomínio já conseguiram afastar os escorpiões do local. Antes delas chegarem, vez ou outra aparecia um bicho. Agora faz tempo que os escorpiões não são vistos.

Em Itu (SP), o estoque de uma loja acabou e agora é só por encomenda. “Tem uma lista de espera. Você faz o pedido e, quando chegar, a gente já liga para o cliente e avisa que chegou”, explica a vendedora Angela Romero.

De acordo com o biólogo Hélio Pereira Junior, a galinha d’Angola não cisca o tempo todo o terreno para tentar achar o bicho, mas, quando o encontra, ele não tem chance.

“Elas cercam ele e, em um devido momento, elas pegam pelo rabo. Então, elas pegam e já começam a alimentação pelo próprio rabo dele”, comenta.

Infestações

A explicação para tanto escorpião pode estar nas altas temperaturas. Com o calor, eles saem dos esconderijos e se reproduzem com mais facilidade.

Em todo o país, de janeiro até agora foram registradas mais de 90 mil picadas de escorpião. Só em São Paulo, foram 16 mil. Em Sorocaba, uma mulher foi picada dentro de um ônibus.

Pintinhos de galinha d’Angola são vendidos com poucos das de vida — Foto: Reprodução/TV TEM

“Eu senti algo subindo pela minha perna, aí senti a picada. Aí começou a doer, travou minha perna e eu comecei a bater a calça. Daí o escopião caiu”, lembra a cozinheira Osana de Oliveira.

Na casa do músico Cristiano Siedler Miano, não tem quintal para soltar galinha d’Angola. Em 15 dias, ele encontrou 65 escorpiões.

“Se não parar, vou ter que sair daqui, não vou ter outra alternativa. Não é uma coisa normal, né?”, completa.


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