Uso indiscriminado de remédios no combate à Covid-19 pode causar complicações renais

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Para o nefrologista Henrique Carrascossi, as combinações de medicamentos prescritas para o tratamento da doença não respeitam o diagnóstico individualizado de cada paciente.

No último ano, pesquisadores e cientistas de todo o mundo têm buscado formas eficientes de combater a Covid-19. Apesar da fabricação de vacinas em tempo recorde, as campanhas de imunização levam um tempo até atingir uma parte significativa da população, criando a necessidade de medicações que amenizem os sintomas daqueles já infectados.

Essa urgência deu origem à distribuição de uma combinações de remédios que podem ser utilizados em determinados casos, porém o nefrologista Henrique Carrascossi explica que o ideal seria um monitoramento dos pacientes e uma prescrição individualizada dos medicamentos, já que cada caso se desenvolve de uma maneira diferente.

“Desde o início da pandemia nós já sabemos que a grande maioria da população não irá desenvolver a forma grave da doença, mas como a contaminação é muito grande, o número de casos que precisam de uma assistência especial acaba se tornando maior, levando à superlotação dos hospitais”, diz.

Os portadores do vírus HIV são uma comparação válida, pois não utilizam uma combinação universal de remédios no seu tratamento, ou eja, cada indivíduo utiliza remédios adequados para o controle dos seus sintomas apresentados. “Se um paciente utiliza da receita do outro, consequentemente pode haver problemas”, explica.

A utilização indiscriminada de qualquer medicamento também pode levar a uma sensação de falsa segurança, fazendo a pessoa procurar atendimento médico mais tardiamente, quando os sintomas já evoluíram para um quadro grave. A maioria das drogas ainda é eliminada pelos rim ou fígado, então é preciso tomar cuidado, pois se houver um histórico de alteração renal ou hepática, pode haver uma piora no quadro.

“Por isso, a prescrição de um kit, sem individualização ou acompanhamento, pode alterar a função dos rins e criar efeitos colaterais como diarreia, dor abdominal, infecções bacterianas, hepatite e alterações na função dos rins, o que pode até mesmo gerar a necessidade de hemodiálise”, diz.

Quem é Henrique Carrascossi?

Henrique Carrascossi é médico nefrologista formado pela Faculdade de Medicina de Catanduva, com residencia médica e título de especialista em nefrologia pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e Associação Médica Brasileira (AMB).
Atualmente, é médico nefrologista no Hospital Estadual de Américo Brasiliense, é preceptor do internato médico da Universidade de Araraquara (UNIARA) e do programa de residência médica em clínica médica da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

Também atua como médico coordenador assistencialista da enfermaria de clínica médica do Hospital de Ensino da Santa Casa de Araraquara, é coordenador do Instituto do Rim Carrascossi, onde oferece a seus pacientes o diferencial da diálise peritoneal (em substituição da hemodiálise).

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