Religioso também foi acusado de acobertar crimes de pedofilia que teriam sido cometidos por um padre de Americana. Religiosos negam as acusações.
Por EPTV 1
O Vaticano enviou um representante da Igreja Católica para investigar denúncias de extorsão e coação contra o bispo dom Vilson Dias de Oliveira, da Diocese de Limeira (SP). O religioso também foi acusado de acobertar crimes de pedofilia que teriam sido cometidos por um padre de Americana (SP). As investigações feitas pela Polícia Civil e o Ministério Público (MP) estadual correm sob sigilo. Os dois negam as acusações.
Dom Vilson é acusado de extorsão e coação de padres de paróquias da região que respondem à Diocese de Limeira. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo em 29 de janeiro.
Em um depoimento, um antigo padre da basílica disse que o bispo teria pedido R$ 50 mil para comprar armários para sua casa em Guaíra (SP), em 2012. O padre não teria atendido ao pedido e foi substituído depois de alguns meses.
A Diocese de Limeira confirmou na manhã desta terça-feira (19) que o bispo de Lorena (SP), dom João Inácio Muller, está em Limeira “para um diálogo com o bispo diocesano e padres, para entender a situação”. Ele foi designado pelo núncio apostólico do Brasil, arcebispo dom Giovanni d’Aniello, representante do papa no país.
Além das denúncias de corrupção, dom Vilson é acusado de encobertar crimes de pedofilia que teriam sido cometidos pelo padre Pedro Leandro Ricardo.
Ricardo também é suspeito de suposto desvio de verbas da igreja. No mês passado, ele foi afastado das funções por tempo indeterminado depois que a Polícia Civil abriu um inquérito, a pedido do Ministério Público, em três cidades: Americana, Limeira e Araras (SP).
Suspeita de abuso sexual
No final de janeiro, o padre Pedro Leandro Ricardo foi suspenso pela Diocese de Limeira das funções de reitor e pároco da Basílica Santo Antônio de Pádua, em Americana, durante as investigações policiais que apuram denúncias de abuso sexual contra menores.
De acordo com o Ministério Público de Americana, as investigações tiveram início após as denúncias serem levadas à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para uma deputada estadual. O documento recebido pela parlamentar contém acusações de abuso sexual contra o padre e de problemas administrativos.
Em nota à época, a Diocese destacou que as acusações sobre Dom Vilson “são apontamentos que não condizem com a verdade e que todas as questões já estão sendo esclarecidas ao Ministério Público do Estado de São Paulo”.
A assessoria de imprensa da Basílica Santuário Santo Antônio de Pádua, à época, também emitiu nota defendendo o padre Ricardo das acusações, declarando que “foram feitas de maneira apócrifa com o único intuito de denegrir sua imagem e manchar os seus 19 anos dedicados à Igreja Católica”.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) somente informou sobre a abertura dos três inquéritos que investigam o religioso nas cidades de Americana, Limeira e Araras, e que “mais detalhes não podem ser divulgados pois o inquérito está sob segredo de Justiça”, diz a pasta.