Venezuela cria polícia imigratória e novo sistema de pagamento de passaportes

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Taxas de emissão do documento serão pagas com a criptomoeda petro, criada pelo governo, a partir do próximo mês. Governo não informou detalhes sobre a nova força policial, que irá guardar os 72 portos de entrada do país

A Venezuela criou nesta sexta-feira (5) uma polícia imigratória e anunciou que taxas de emissão de passaportes serão pagas com a criptomoeda petro, criada pelo governo, a partir do próximo mês, em meio a um êxodo em massa gerado por uma profunda crise econômica no país rico em petróleo.

A vice-presidente Delcy Rodríguez não deu uma explicação para a criação da nova força ou deu detalhes sobre sua estrutura. Soldados da Guarda Nacional atualmente supervisionam segurança nas fronteiras.

“A polícia imigratória nasce para guardar os 72 (portos de entrada) que existem nas fronteiras, portos e aeroportos”, disse Rodríguez em discurso exibido na TV estatal.

O Ministério da Informação não respondeu um pedido de detalhes.

Cerca de 2,6 milhões de venezuelanos fugiram do país de 30 milhões de habitantes, em maioria para outras partes da América do Sul, de acordo com a Organização das Nações Unidas. Cerca de 1,9 milhão fugiu desde 2015, conforme a crise se agravou sob o presidente socialista Nicolás Maduro.

Escassez de comida, água corrente, eletricidade e remédios é comum no país.

Maduro diz que números de imigração são inflados para fazê-lo parecer ruim. Ele insiste que não mais de 600 mil venezuelanos deixaram o país em dois anos e que 90 por cento deles se arrependem disto.

Com a moeda venezuelana tendo depreciado mais de 99 por cento neste ano e o Congresso liderado pela oposição estimando inflação anual em 200 mil por cento, milhares de venezuelanos pobres estão deixando o país a pé ou de ônibus todos os dias.

Muitos deixam o país em travessias fronteiriças ilegais ao longo da caótica fronteira de 2.200 quilômetros com a Colômbia, onde moram quase um milhão de imigrantes venezuelanos.


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