[Vídeo] Modelo que teve sorriso e autoestima destruídos por clínica odontológica busca justiça

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Paulla Adam ficou sem trabalho e há três anos enfrenta dificuldades para se alimentar.

Uma série de procedimentos malsucedidos para colocação de lentes de contatos dentais em 2019 acabou com o trabalho e com a vida pessoal da modelo maceioense Paulla Adam. Hoje, três anos depois, ela luta por justiça e para conseguir recuperar o sorriso. “Hoje eu não trabalho e sofro de depressão. Sinto dor, tenho hemorragias nas gengivas e não consigo me alimentar direito. Minha vida acabou”, afirmou Paulla ao portal 7Segundos.

Ela gravou um desabafo em vídeo e relatou para a reportagem que, após várias tentativas de acordo com a clínica odontológica, localizada na avenida Deputado José Lages, na Ponta Verde, resolveu registrar boletim de ocorrência e buscar a Justiça:

Paulla Adam trabalhava como modelo e, em 2019, com as lentes de contato dentais em alta, ela viu no procedimento uma oportunidade de melhorar sua imagem, importante para seu trabalho e sua autoestima. Ela escolheu a clínica odontológica e pagou parcialmente pelo serviço, que incluia outros procedimentos dentários. O restante do pagamento seria efetuado na conclusão do tratamento.

A clínica escolhida pela modelo oferece cursos de aperfeiçoamento para outros dentistas, mas de acordo com ela, todos os procedimentos foram realizados pelo proprietário. Ela conta que já após as primeiras sessões do tratamento, as coisas já começaram a dar errado.

Segundo ela, os dentes provisórios que colocaram nela eram defeituosos e caíam com frequência. “Toda vez eu tinha que implorar para consertarem. Aí o dono da clínica resolveu que desgastando meus dentes naturais o problema seria resolvido, mas não adiantou nada, porque o provisório depois disso também quebrou e ele passou a me tratar muito mal. Sofri muito porque costuraram minha gengiva com fio de cobre dois meses seguidos e cheguei a desmaiar de dor. Depois aplicavam anestesia, deixando minha boca inchada”, relatou.

Nesse período, ela afirma que já era maltratada na clínica e que, muitas vezes chegou a esperar até um mês para a recolocação de um dente provisório. Paulla relata também que de acordo com o serviço que contratou, as coroas encomendadas seriam de porcelana cem por cento puras, mas ela foi alertada por outro dentista da clínica que as que chegaram haviam sido feitas de metalocerâmica – um material mais barato – e que seriam totalmente diferentes dos dentes originais. Além disso, alguns apresentavam tamanho menor e tinham manchas.

Mesmo sabendo dos problemas e das consequências, a modelo conta que foi forçada pelo proprietário e por outro funcionário da clínica a aceitar a implantação dos dentes defeituosos. “Aquele homem, um suposto coordenador, me deixou nervosa e aos prantos. Parecia um louco berrando e me coagindo. Fui embora junto com a minha filha, que também chorava sem entender o que estava acontecendo. Fiquei muito mal com o que aconteceu e passei dias até me recuperar, depois procurei a dona da clínica [o estabelecimento pertence a um casal] e ela me garantiu que tudo seria resolvido”, conta.

Após isso, a modelo disse ter sido enganada. Ela seguiu com o tratamento e foi informada que haviam chegado outras lentes dentais, mas quando começaram a colocar, ela percebeu que se tratavam das mesmas defeituosas. “A do dente da frente era tão pequena que ele queria de todo jeito desgastar meu dente original, pois o protético fez menor. Ele era o responsável por fazer as coroas novas, mas percebi que não tinha feito porque quando entrei em contato ele foi agressivo e me humilhou, dizendo que só iria fazer coroas novas se pagasse novamente”, declarou.

Por conta das lentes defeituosas, ela teve várias hemorragias na boca; os alimentos entravam nas lentes, provocando mal cheiro; a boca ficou torta e ela sentia tanta dor que só conseguia se alimentar de líquidos e tinha dificuldades para dormir. A persistência dos sintomas e a interrupção do trabalho e da vida social levou a um quadro de depressão e ela passou a fazer tratamento com psicólogo e com psiquiatra.

Durante todo esse período, ela buscou que a clínica para tentar reparar os erros dos procedimentos e, que após tentativas malsucedidas em outra clínica pertencente ao mesmo casal, localizada em um shopping, em que também teriam ocorrido episódios de discussões e humilhação, ela recebeu uma mensagem de que não deveria mais ir à clínica, que eles devolveriam o dinheiro que ela pagou. “Eles não me devolveram o dinheiro e, pior que isso, me deixaram com um aparelho todo quebrado na boca, sem manutenção, com hemorragias e a gengiva toda inchada, vários dentes quebrados por eles, que tnham prometido consertar no final do tratamento; com a boca torta e cheia de ferida e muitas dores na mandíbula, do lado direito e do lado esquerdo. Não consigo comer e nem dormir direito e toda vez que tomo calmantes, acabo vomitando porque meu estômago não aguenta mais”, disse.

Além de registrar boletim de ocorrência, a mulher também reúne documentos necessários para entregar à Defensoria Pública, enquanto procura outro profissional que possa resolver os problemas provocados pelos procedimentos anteriores. “Já procurei vários dentistas e todos deles dizem a mesma coisa, que não irão mexer na minha boca porque o que foi feito antes doi uma bagunça e eles não querem acabar sendo responsabilizados”, ressaltou.

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