Voluntários doam pão e almoço para famílias carentes durante a pandemia no interior de SP

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Em Bauru, moradores do bairro Pousada da Esperança mantêm uma geladeira com alimentos na calçada. Já no município de Cafelândia, um empresário distribui pães de graça para aqueles que precisam.

A crise causada pela pandemia da Covid-19 aumentou ainda mais o número de pessoas que não têm o que comer. Para ajudar as famílias necessitadas, diversas ações voluntárias vêm sendo realizadas em cidades do centro-oeste paulista.

Em Bauru (SP), as pessoas estão doando almoço para quem não tem condições de comprar comida. Os moradores do bairro Pousada da Esperança mantêm uma geladeira com marmitas na calçada e também distribuem cestas básicas para aqueles que podem fazer a comida em suas casas.

A ação já é realizada há cinco anos e se mantém com doações, mas o número de pessoas que procuram os voluntários para receber os alimentos aumentou com a pandemia, conforme explica a voluntária Romilda Marins. “A gente percebe que aumentaram as pessoas, as famílias. Tem muita família precisando realmente, só que não temos para tudo isso. Então, a gente faz o possível para ajudar a família.”

A dona de casa Eveline Ramalho conta que as cestas básicas doadas estão ajudando no sustento da sua família, já que ela e o marido estão desempregados e o dinheiro que têm vem sendo usado para pagar as contas. “No momento, essa doação é o que está ajudando a gente a manter a casa. Nós temos cinco filhos e estamos os dois desempregados, entregando currículos, mas as empresas também não estão contratando, o que ficou mais difícil para a gente. Pagamos aluguel, água, luz, então a renda praticamente vai nisso”, comenta.

Outro projeto solidário que também acontece em Bauru é a distribuição de marmitas em uma praça central da cidade. De acordo com os voluntários, são entregues cerca de 100 unidades a cada ação.

As refeições são preparadas pelos voluntários com alimentos doados. Segundo uma das envolvidas, Tatiana Cavarsan, as doações aumentaram, mas também houve um crescimento no número de pessoas que procuram a iniciativa. “Aumentaram nossas doações, mas aumentou também o número de pessoas na rua. Conforme foi passando o tempo da pandemia, acho que todo mundo pensou que fosse menor, mas as pessoas foram mais para a rua devido à falta de emprego e a necessidade aumentou. Com o maior número de doações, a gente conseguiu fazer um maior volume de marmitas também para ajudá-los.”

O ato de ajudar o próximo requer empatia e nessas ações não são doadas apenas alimentos, mas o tempo dos voluntários e o carinho com que eles buscam atender às pessoas que precisam de ajuda, como explica Tatiana. “O carisma de querer ajudar, a empatia de entender aquilo que a pessoa está passando e querer doar o seu tempo para o outro. Eu acho que todos nós aqui pensamos da mesma forma, de tentar levar amor, carinho, conforto para aqueles que mais necessitam nesse momento.”

Em Cafelândia (SP), município com 1.200 habitantes, o empresário Josimar Donizete Maciel teve a ideia de abrir uma loja para vender pães no sistema drive-thru apenas para quem pode pagar. Isso porque, na cidade, a maioria das pessoas é trabalhadora rural, que, muitas vezes, não tem dinheiro para comprar um pão antes de ir trabalhar.

Josimar diz que a iniciativa surgiu porque ele já passou por dificuldades financeiras quando era jovem e também não tinha condições de comprar um pão. Então, decidiu ajudar quem precisa. “Nasci na roça, vivi na roça até meus 19 anos e passei muita dificuldade com meu avô e minha avó, que já são falecidos. Muitas vezes, não tinha o pão de manhã e o pão de manhã é muito bom. Então, eu vendo a minha própria cidade do passado e hoje, vivendo aqui, com um povo que é da roça, simples e trabalhador, fui movido a fazer essa ação de também repartir um pouco do que eu tenho hoje, do que eu não tinha no passado. Hoje eu mesmo faço o pão e divido com os meus amigos e minhas amigas que estão aqui na roça lutando com a vida”, completa.


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